A importância dos temas.
Os temas aqui apresentados são de vital importância em um Sistema de Saúde dito único, como é o nosso caso. No Brasil, especialmente nos estados menos favorecidos, algumas dessas doenças estão presente de formas endêmica com sobreposição de epidemias. Saber como se portar diante de cada uma dessas situações é papel imprescindível dos profissionais de saúde. O estabelecimento de protocolos clínicos e de campo ajudam no desencadeamento das ações.
A dengue é uma doença de etiologia viral, geralmente benígna, que pode evoluir para formas graves e levar o paciente a óbito em poucos dias. Sua repercussão hemodinâmica pode provocar sequelas irreversíveis. Atualmente todos os estados brasileiros, com exceção do sul do país, sobre com epidemias de dengue.
Apesar de serem doenças passíveis de prevenção, as Leishmanioses são, talvez, as doenças mais negligenciadas do mundo. Podem ser de dois tipos, tegumentar e visceral. O tratamento é gratuito e diferenciado para cada caso. A instalação de CCZs (Centros de Controle de Zoonoses) em cada cidade pólo dos estados minimizariam muito a situação. Seria bom também, se pudéssemos imunizar os cães; porém o Brasil não avançou muito, ou não quer avançar, neste assunto.
Com relação à esquistossomose, penso que seria necessário realizar uma coproscopia em 100% dos brasileiros para sabermos qual a real situação. Atualmente, o PCE (Programa de Controle da Esquistossomose) realiza um ciclo anual de exames coproscópicos nos municípios que são contemplados com o mesmo. A cada ano, fico mais impressionado com os resultados.
A profilaxia da raiva humana, seja pré ou pós exposição, ainda é um dilema para muitos profissionais de saúde. É incrível notar como muitos profissionais pensam que sabem o que fazer diante de um caso humano suspeito de raiva. O medo de uma possível consequencia fatal, deixa muitos de nós perplexos; o que nos leva a realizar ações às vezes desnecessária, encarecendo a saúde do nosso município.
A raiva animal é hoje passível de eliminação no seu ciclo urbano e rural. Certamente continuará no ciclo silvestre, talvez por milhões e milhões de anos; mas, com a imunização dos cães e gatos, conseguiremos certamente eliminar-la, principalmente do ciclo urbano. O maior problema é a pouca credibilidade da vacina por parte dos profissionais de saúde, principalmente veterinários. Já aconteceu comigo de um cidadão não querer vacinar seu animal por recomendação de um veterinário. Segundo ele, a vacina foi feita para matar e não para proteger os cães. Dizer uma barbaridade dessas é demonstrar uma profunda incompetência como profissional. É por em descrédito, não o município, mas o país como um todo. Temos que conhecer bem a vacina animal: sua dose, via de administração, efeitos adversos, situações em que não devem ser utilizadas, etc para que possamos passar essa segurança aos usuários do serviço. Lembremos ainda que, atualmente, com os meios de comunicação, é muito fácil ficar sabendo de um possível problema com um imunobiológico; como é o caso de São Paulo, que cancelou a campanha de vacinação canina pela morte de 4 cães. Ficaremos atentos e questionaremos sobre que vacina será administrada aqui e, caso seja a mesma, sejamos muitos sinceros para com a população, sem aumentar nem diminuir, apenas falando a verdade.